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No primeiro semestre de 2021, o volume de carne ovina importada pelo Brasil seguiu a tendência de queda do ano anterior e apresentou retração quando comparado com mesmo período de 2020 e com a média dos últimos 20 anos (Gráfico 1). 

As 76,44 toneladas importadas em de abril representam o menor valor para mês desde 1.997. 

Em maio e junho, apesar do aumento para 131,99 ton. e 155,67 ton., respectivamente, as compras superaram ligeiramente 2020, mas não se aproximaram da média histórica.

Nesse cenário, o acumulado das importações de carne ovina pelo Brasil no primeiro semestre de 2021 ficou em 1,07 ton., volume 28,34% e 57,98% inferior ao mesmo período de 2020 e da média dos últimos 20 anos, respectivamente. 

Os dados históricos indicam os meses de maio e junho com os menores volumes de importações de carne ovina e o primeiro semestre como responsável por 41,35% das importações, o que sugere possível aumento nas compras para os próximos meses. 

Com 71,96% das remessas, o Uruguai permanece como principal origem das importações de carne ovina pelo Brasil (Gráfico 3). Entretanto, em 2020 essa porcentagem era maior (76,68%).

O aumento no volume das vendas colocou o Chile como segundo fornecedor brasileiro de carne ovina em 2021, responsável por 17,53% das importações e frente a uma fatia de 10,91% do ano anterior.

A totalidade das importações de carne ovino pelo Brasil nos primeiros semestres de 2020 e 2021 é de produto congelado.

A categoria “outras peças não desossadas” representou mais de 85,00% das importações de carne ovina tanto em 2020 e 2021. A queda nas importações brasileiras de carne ovina pode ser explicada pelo menos por dois fatores. Do lado da oferta, o Uruguai, historicamente principal fornecedor brasileiro, está destinando sua produção para atender principalmente o mercado chinês. As vendas uruguaias para a China no primeiro semestre de 2021 tiveram um aumento de 391,50% frente ao mesmo período do ano anterior (INAC, 2021).

A demanda é o segundo ponto que impactou nesse cenário. As medidas de restrições sociais com o fechamento de restaurantes e churrascarias, principais pontos de venda da carne ovina, somadas ao cenário econômico com elevado número de desempregados, comprometeram a demanda pelo produto. 

Nos próximos meses o relaxamento nas medidas de restrições sociais, a recuperação da economia do país somados ao comportamento sazonal do mercado com maior importação no segundo semestre, podem estimular a importação de carne ovina. Outros fatores como demanda e preço do mercado internacional irão influenciar a consideravelmente esse aumento. 

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