Após permanecer 5 anos abaixo da média histórica, o volume das importações brasileira de carne ovina voltou a crescer (Figura 1). Em maio de 2024, foram importadas cerca de 402,76 toneladas do produto, 9,2% menos que abril do mesmo ano e 24,5% a mais que maio de 2023. No acumulado do ano, as aquisições brasileiras chegaram à 2,08 mil toneladas, maior volume desde 2018 quando, no mesmo período, foram importadas cerca de 3,1mil toneladas do produto. Para o acumulado em 12 meses, entre junho de 2023 e maio de 2024, esse volume é de 4,74 mil toneladas, 8,1% superior ao período compreendido entre junho de 2022 e maio de 2023.
Figura 1 – Importações mensais brasileira de carne ovina (ton.)
Entre janeiro e maio de 2024 (Figura 2), do total importado de carne ovina, cerca 81,2% eram não desossadas e congeladas, 18,6% congelada e desossada e as carcaças e meia-carcaças representaram apenas 0,2%. A comparação com os mesmos meses de 2023 mostra um aumento de 16,1% na importação de carne não desossada e congelada e de 136,8% de carnes sem osso e congelada. Em 2023, nesse período, não houve importação de carcaças e meias carcaças. Os cortes com osso e os desossados apresentaram uma redução no preço de, respectivamente, 5,1% e 5,7%, o que parece ter estimulado as compras.
Figura 2 – Apresentação da carne ovina importada pelo Brasil
O Uruguai, tradicional fornecedor, continua como a principal origem das compras brasileiras de carne ovina, no entanto, para o período analisado, perdeu parte do mercado para a Argentina, que tem menor preço. Nos cinco primeiros meses de 2023, 92,4% da carne ovina importada pelo Brasil veio do Uruguai, 1,3% da Argentina e 6,3% do Chile. Já no mesmo período de 2024 a Argentina passou a ser origem de 12,3% do volume da importação de carne ovina, o Uruguai ficou com 85,6% do volume fornecido e o Chile com 2,1%.
Figura 3 – Origem das importações brasileiras de carne ovina (ton.)
Fonte: Comexstat adaptado por Via Agro.
O aumento das importações brasileira de carne ovina está ligada à redução do preço do produto. Cortes que apresentaram maiores reduções de preço em 2024 na comparação com mesmo período em 2023, foram os que apresentaram maior aumento no volume de importação. Em relação à origem, Chile, país com carne ovina mais cara entre os fornecedores de 2024, reduziu a quantidade de produtos vendidos e, por outro lado, Argentina com produtos mais baratos, aumentou as vendas.